Uma estudante de apenas 12 anos foi vítima de agressão e ofensas racistas na Escola Municipal Hebe de Almeida Leite Cardoso, localizada em Novo Horizonte, interior de São Paulo. O caso veio à tona nesta quinta-feira (21) e chocou a comunidade local.
Durante o incidente, um jovem foi pisoteado por colegas do ensino fundamental, que também jogaram terra e fizeram fezes de gato em seu uniforme. Além das agressões físicas, o estudante foi alvo de insultos racistas, sendo chamado de "macaca", "cabelo de bombril" e "capacete de astronauta". Em entrevista, a vítima expressou sua dor: "Eu me sinto triste. Minha cor e meu cabelo. Isso dói muito. Eles me xingaram, me humilharam, me chamaram de 'macaca'".
A mãe da adolescente, que optou por não se identificar, denunciou o caso à delegacia da cidade e solicitou uma medida protetiva. Após um exame de corpo de delito, a Justiça concedeu a medida, proibindo os estudantes envolvidos de se aproximarem da vítima, estabelecendo uma distância mínima de 100 metros.
Em resposta ao ocorrido, a Prefeitura de Novo Horizonte, a Secretaria Escolar Municipal e a instituição onde a agressão aconteceu divulgaram uma nota.
No comunicado, os termos usados foram vagos, mencionando apenas ‘sanções’ para casos de bullying e racismo. A nota não especifica quantos alunos estão envolvidos na agressão. A escola Hebe de Almeida Leite Cardoso negou categoricamente que o incidente seja um caso de racismo. A instituição informou que está apurando os fatos, reunindo documentos e testemunhas para esclarecer o ocorrido. Paralelamente, a Polícia Civil da cidade está investigando o caso.
É importante ressaltar que o racismo é crime no Brasil, conforme previsto pela Lei nº 7.716/89. Aqueles que praticam atos de discriminação racial estão sujeitos a penas que variam de 1 a 5 anos de reclusão, além de multa. Diante deste grave episódio, é fundamental incentivar a denúncia de casos de racismo. As vítimas e testemunhas podem procurar as autoridades competentes, como delegacias especializadas e o Ministério Público, para relatar e buscar justiça contra atos discriminatórios. O combate ao racismo é dever de todos e a sociedade deve unir esforços para garantir um ambiente escolar e social mais inclusivo e respeitoso para todos.